quarta-feira, 3 de abril de 2013

Rigor mortis

PROPOSTA

Bem que aplacarias, em favor carinhoso,
Um tanto do calor causticante
E não ache que seja impróprio
Pois que tal atitude seria bem natural

Em troca terias para ti, torso musculoso
Obviamente não mais infante
E aonde quiser que coloque-o
Lá estará para o teu deleite hormonal

E também entre as nádegas encaixada
Que este bendito ato se deflagre
E assim, depois da volúpia deflagrada

E dos suores escorridos pela nossa tez
Num batismo que nos consagre
Se entregue totalmente e sem talvez

RESPOSTA

E como é que inerte, o corpo cavernoso
Se moveria, íncubo e lancinante
Por entre as trompas de Falópio?
Se é recluso, entalado no saco escrotal?

Tão ridículo, o semideus todo defeituoso,
Amolengado feito bexiga secante,
Trôpego tal qual usuário de ópio
Há tempos distanciado do calor vaginal!

Que química divinamente arquitetada
Faria em tal defunto esse milagre?
Pois que nem sequer água abençoada

Nem feitiçaria que se diz que faz, não fez
Sequer lavagem íntima, com vinagre
Trará novamente aquilo que fora uma vez.